Ana Maria Machado defende a obra de Jorge Amado e explica como e por que ler o escritor baiano hoje 'Graças à sensibilidade, à inteligência, ao trabalho de pesquisa e à honestidade intelectual de Ana Maria Machado, ressuscitamos, na bela e produtiva recapitulação crítica deste livro, o melhor de Jorge Amado.' - Roberto DaMatta Como e por que ler Jorge Amado hoje? Decidida a guiar novos e antigos leitores pela obra do mestre baiano, Ana Maria Machado provoca em Romântico, Sedutor e Anarquista uma reflexão mais aprofundada sobre o autor de clássicos da literatura brasileira como Tenda dos Milagres, Capitães de Areia e Mar Morto. 'A obra de Amado anda merecendo uma reavaliação, agora que já se passaram alguns anos de sua morte. As opiniões mais emocionais sobre seus escritos tiveram tempo para assentar, turvando menos as águas que os envolvem', diz Ana Maria. Munida de argumentos que acumulou em anos de leitura da obra do escritor - reforçada em um curso sobre Jorge Amado que ministrou na Universidade de Oxford, no final de 2005 -, a autora defende a importância para a literatura brasileira do romancista baiano que, como ela expõe no livro, 'fez a fusão amorosa entre o erudito e o popular, erotizou a narrativa e trouxe à tona questões sobre o não-sectarismo, a miscigenação, a luta contra o preconceito e contra a pseudo-erudição européia.' Com um texto ao mesmo tempo erudito e acessível, Ana Maria Machado promove neste ensaio um encontro fértil do leitor com a obra de Amado, longe dos caminhos batidos da crítica apressada. 'Parti de uma conjetura concreta, baseada na lembrança de todas as minhas leituras anteriores do romancista baiano e do papel quase legendário de que sua presença é popularmente investida em nossas letras. Essa premissa foi a hipótese de que a obra de Jorge Amado ajuda a lançar luz sobre alguns aspectos da identidade nacional que nem sempre, ou raramente, ficam em primeiro plano em nossa literatura. E, no entanto, eles também nos caracterizam', explica a autora.