Robinson Crusoé é um dos personagens literários mais conhecidos no mundo. Por quê Porque seu incrível destino ecoa na alma de todas as pessoas: ele é obrigado a viver na solidão. A solidão de Robinson é a mais radical. Único habitante de sua ilha, ele não vê ninguém, não fala com ninguém, não tem ninguém para ajudá-lo, amá-lo, reconfortá-lo. Ficção Sim, no caso da ilha, mas não para a sociedade. Há inúmeros Robinsons entre nós, pessoas que vivem na quase absoluta solidão, fato que levou um país como a Inglaterra a criar um Ministério da Solidão. A solidão, porém, não se resume àquela física. Há, entre nós, outros tipos de Robinsons. Há os que se sentem sós por não conseguirem estabelecer uma comunicação satisfatória com seus semelhantes. Há os que se sentem sós por não compartilharem os valores dominantes do grupo social com o qual devem conviver. Há também os estrangeiros, migrantes que não participam das pautas sociais do país no qual devem viver e sobreviver. Há, é claro, a solidão amorosa em relação à família, aos amigos e aos amantes. E não nos esqueçamos do sentimento de solidão que a velhice não raramente acarreta. Há, portanto, várias “paisagens da solidão”, que o presente livro aborda por intermédio de obras artísticas como romances, filmes, história em quadrinhos e, sobretudo, letras de canções da música popular.