O homem que engava a morte é um feliz e oportuno encontro entre um texto primoroso e uma história arrebatadora, daquela cujos personagens povoarão por anos a mente do leitor. Afinal, o que pode gerar mais identificação do que as nuances tênues, porém profundas, da humanidade de um personagem? Quantas vezes nossa certeza sobre a retidão do caminho é abalada pela forma como a vida e o destino não dão a mínima para os nossos planos? É assim que Pedro, o personagem principal desta magnífica obra de Rafael Mateus Machado, avança vorazmente pela vida, desbravando o mundo, colecionando tanto êxitos efêmeros, quanto aprendizados duradouros, tanto amores inesquecíveis, quanto paixões e arrependimentos fantasmas, empenhados em lhe assombrar por longos anos. Da vida no interior, ele descobriu o melhor e o pior. Sentiu o sabor da terra, calejou as mãos, fez planos e empregou sangue e suor para executá-los. E a vida no campo, uma entidade alheia aos pequenos seres humanos, apesar de tudo que Pedro lhe oferecer, devolveu sim seu melhor, porém embrulhado em várias camadas de rígidas e rigorosas exigências. Da vida na cidade ele colecionou experiências profundas e derradeiras, que o moldariam para sempre. E você, leitor, terá aqui uma oportunidade que nem sempre se faz presente na literatura, a de se aventurar por páginas que constituem algo muito maior do que um simples livro. Falo de uma experiência que extrapola papel, tinta, e que te acerta em cheio! Prepare-se para um verdadeiro nocaute de emoções!