Em sua quarta edição pela Global Editora, Cora Coralina apresenta sua cidade natal, Villa Boa de Goyaz, que também dá título ao livro. Mesmo sendo um local bem simples e pequeno, a autora manteve profundas relações de ternura.
Cora chama a atenção e curiosidade para algumas particularidades locais, como um velho telhado de duzentos anos, o badalar dos sinos das igrejas, os antigos carnavais, a catedral, as ruas. Testemunho, mas, sobretudo, poesia. A cidade de Villa Boa de Goyaz é patrimônio da humanidade, segundo a Unesco.
Entre prosa e verso, o livro é o canto de amor da menina Aninha por sua cidade como em um diário particular. Um dos temas muito destacados por Cora Coralina é a religiosidade católica local de seu povo simples do interior. "A cidade tem mais: a igrejinha de Santa Bárbara, vigilante no seu alto morro; a de São Francisco, largamente assentada num bloco de pedras com sua escadaria de acesso e, Aparecida de Areias, na altivez de um serrote a cavaleiro do pequeno burgo decadente." Trecho de “Sinos de Goiás” Mesmo sendo descoberta tardiamente, Cora Coralina teve seu reconhecimento em vida.
O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu o seguinte sobre a autora: “Cora Coralina é a pessoa mais importante de Goiás. Mais que o governador, as excelências, os homens ricos e influentes do Estado […] Cora Coralina, um admirável brasileiro."