Lançado originalmente em 1990, Ua: Brari é o terceiro livro de Marcelo Rubens Paiva, autor do clássico Feliz Ano Velho, romance autobiográfico que marcou toda uma geração de leitores e tornou-se obra de referência na literatura brasileira contemporânea. Apesar disso, o autor não considera este seu melhor livro: "Pessoas gostam de coisas em Feliz Ano Velho que considero tolas. Meu livro Ua: Brari: passou despercebido. Já encontrei alguns amigos que me falam que é o meu melhor livro. Livro semi-experimental, que escrevi todo ele entorpecido por THC e pela paixão por Guimarães Rosa". Em Ua: Brari, os dramas de cada personagem se misturam à história recente do Brasil. O livro conta a trajetória do rapaz Fred. Começa com o protagonista parado no acostamento da rodovia Castelo Branco, a roupa encharcada de suor, aguardando o amigo que foi em busca de combustível para o carro. Mas isso não é o pior: ele está indo para o casamento de Bia, sua antiga paixão. Bia vai se casar com Júlio, que é irmão de Zaldo. Todos estudaram juntos quando jovens, mas não desconfiam que suas vidas em breve estarão interligadas num enredo de paixão, drama, dor e loucura. Fred e Bia retomam o romance no dia do casamento dela e um redemoinho se forma quando o rapaz, que é jornalista, é convocado para fazer uma expedição à Amazônia. Sua missão é descobrir o paradeiro de Zaldo, que, ao se embrenhar na mata, desapareceu. Mais tarde chega a notícia de que ele lidera uma seita e é tratado como messias pelos povos da floresta. Chamam-no de Ua: Brari, que, segundo lenda dos índios Macuxi, é o nome do jovem que conhecia o caminho para o outro lado do mundo. Júlio, irmão de Zaldo e marido de Bia, é o acompanhante de Fred na jornada. Então um furacão toma conta da vida de todos. Histórias de corrupção e mentira surgem diante do repórter, mas ele precisa se calar, pois tem a vida ameaçada.