Um mergulho no universo de três gerações de mulheres que se arriscam à dor e à solidão, que suportam com integridade os abandonos e os erros e que nunca se dão por vencidas. Em linguagem bela e poética, Alejandro Palomas, uma das revelações da nova literatura espanhola, explora, em Tanta vida, o sensível universo feminino. E constrói uma história moderna, que combina os aspectos cômicos e caricaturais das mulheres de Almodovar com a dureza e tragédia das de Saura.
Das mulheres deste romance, a mais aventureira é Helena, neta de Mencía, filha de Lia, irmã de Beatriz e Inês e sobrinha de Flavia. Há dois anos, Helena naufraga em mar aberto, deixando a todas órfãs de si mesmas. Agora é a vez de Tristán, filho de Inês, sucumbir à leucemia. Cabe à Mencía, numa aparente crueldade que disfarça suas intenções, arrancar cada uma delas de seus estados de sofrimento, forçando-as a encarar a realidade.
E Mencía tem a força para isso. Quando ela, acompanhada das filhas e netas, veste seu visom puído e põe o pé no barco a caminho da ilha do Vento, chove cinza e o mar queima. É a lenda local. Aos 93 anos, com a língua afiada por trás da dentadura, ambas igualmente soltas dentro da boca, conduz as demais mulheres que restam da família, todas solitárias, a golpes de verdades.
Tanta vida é a aventura dessas sete inesquecíveis mulheres, das que foram e das que virão, das que seguem em frente contando o incontável. Mulheres que sofrem, amam, choram, riem e, sobretudo, apegam-se com coragem e determinação à vida para tentar obter o melhor dela.