Um autor visionário. Um romance implacável e fascinantemente sombrio.
Publicado na Hungria em 1985, Sátántangó é um romance monstruoso. A ação se concentra na chegada de um homem misterioso, que pode ser um profeta, um vigarista, ou o próprio demônio, a uma aldeia húngara onde a chuva não para de cair. Os habitantes do lugar, um elenco de desajustados e enlouquecidos (camponeses esfarrapados; um médico alcoólatra observando obsessivamente seus vizinhos; jovens perdidas num moinho destroçado; uma garota com deficiência tentando matar seu gato) descobrem em determinado momento que Irimiás, um homem a quem atribuem poderes extraordinários, e dado como morto, está a caminho do lugar, com seu companheiro, Petrina. Para esperá-los, reúnem-se numa taverna, espécie de porão do fim do mundo, onde discutem, bebem e dançam grotescamente ao som de um acordeão.
De braço dado com Kafka, Beckett e Walser, o vencedor do International Man Booker Prize László Krasznahorkai nos conduz por um lento fluxo de lava modernista, como se entrássemos e saíssemos de becos impossíveis. O cenário é e não é a Hungria sob o comunismo – o autor mantém tudo envolto nas brumas da abstração –, e a fé depositada na aparição de um líder salvador faz com que a obra não perca sua assombrosa atualidade. “É tudo diferente […] Não significa nada termos visto alguma coisa. Paraíso? Inferno? Mundo do além? Bobagem. Tenho certeza de que estamos enganados. E mesmo que a nossa imaginação não pare de funcionar, não chegaremos nem um pouco mais perto da verdade.”
“O mestre húngaro do apocalipse.” — Susan Sontag
“Um dos artistas mais misteriosos em atividade.” — Colm Tóibín
“A universalidade da visão de Krasznahorkai rivaliza com a de Almas mortas de Gógol e supera em muito todas as preocupações da escrita contemporânea.” — W.G. Sebald
“Suas longas e sinuosas frases me encantam.” — Imré Kertész
“O tipo de escritor que pelo menos uma vez em cada página encontra um jeito perfeito de expressar algo que alguém sempre sentiu mas nunca foi capaz de descrever.” — Nicole Krauss
“Profundamente inquietante” — James Wood
“Não há nada parecido na literatura atual.” — Adam Thirlwell