Depois de ser premiado com um cruzeiro, um grupo embarca numa viagem misteriosa. Primeiro romance publicado de Julio Cortázar, Os prêmios retorna em nova tradução.
Em 1960, Julio Cortázar vai de navio a Nova York e durante a viagem, “para não se entediar”, escreve Os prêmios. Este romance, o primeiro publicado pelo autor argentino e antessala do estilo que o consagraria em O jogo da amarelinha, começa de modo enigmático. Homens e mulheres de diferentes idades, profissões e classes sociais são contemplados, ao acaso, numa dita Loteria Turística: o prêmio é uma viagem num luxuoso cruzeiro com duração incerta e destino desconhecido. Ao longo do percurso, a busca por prazer e descanso dá lugar a uma série de mistérios, conflitos e intrigas envolvendo os passageiros e a tripulação a bordo do Malcolm, embarcação da companhia Magenta Star.
Lançado em 1960, Os prêmios é uma combinação magnética de alegoria surrealista, reality show avant la lettre, aventura metafísica e sátira político-social da Argentina do período. Numa habilidosa construção de tipos sociais e suas relações, e de mãos dadas ao universo angustiante de Kafka e ao absurdo de obras como O anjo exterminador, de Luis Buñuel, e O deserto dos tártaros, de Dino Buzzati, a imaginação e a liberdade criativa de Cortázar nos alcançam, como uma garrafa ao mar.
“Se uma viagem tem alguma regra é a de que nunca se volta o mesmo após sua conclusão. Você também não será igual ao terminar este romance, um retrato das múltiplas vozes que convulsionavam a Argentina dos anos 1960.” — Joca Reiners Terron.