Teresa, Teresinha ou Terezinha, do Menino Jesus, da Sagrada Face ou de Lisieux... as tantas variações de seu nome revelam o valor que esta santa tem para a vida dos fiéis devotos e para o cristianismo moderno, tornando-se exemplo de espiritualidade cristã e inspiração para os leitores. A breve vida de Teresa ofereceu uma obra que contempla variados textos e estilos literários. Sua história é intensa e os breves anos que passou com sua família e com as religiosas do Carmelo de Lisieux são registrados pela própria Teresa. Teresa é uma santa moderna. Em seus escritos se delineiam as características do ser humano moderno, da sua subjetividade e dos conflitos que são próprios deste período histórico. A espiritualidade de Teresa de Lisieux apresenta traços de sua humanidade e, de certa forma, tais características não se apresentam como um problema em si, mas se revelam as circunstâncias onde a mística cristã se desenvolve. Assim como as santas e místicas modernas, Teresa de Lisieux traz ideias próprias de seu tempo e mesmo concepções de vanguarda. Seu texto é envolto em características literárias do final do século XIX. Mas Teresa se mostra arrojada, por exemplo, ao pensar a mulher de forma original, bem como o ministério sacerdotal para além da hierarquia, protagonizando reflexões que foram assimiladas pela Igreja apenas no Concílio Vaticano II (1962-1965). Somando-se aos proeminentes carmelitas, como João da Cruz e Teresa D’Ávila, Teresa de Lisieux nos oferece textos que transcendem a passagem do século XIX para o XX. Suas reflexões místicas e eclesiais podem destinar-se a diferentes leitores, desde aquele que busca o contato com um estilo literário, passando pelos leitores de espiritualidade cristã e mesmo aos estudiosos que se debruçam sobre os clássicos. (Trecho da obra)