Em O Terceiro Reich, romance póstumo do autor de 2666 e Os detetives selvagens, um escritor fracassado e campeão de jogos de estratégia volta ao pequeno balneário em que passava as férias na infância e acaba submerso num sombrio drama psicológico.
Udo Berger tem a sensação de estar na etapa mais feliz de sua vida. Ele é campeão da Alemanha em jogos de guerra, tem uma namorada adorável e um bom emprego. As férias em um vilarejo próximo a Barcelona, em companhia de sua Ingeborg, prometem ser uma pausa para fruir o momento e escrever um artigo que promete consagrá-lo nos congressos internacionais sobre os jogos de estratégia.
Ao chegar ao Del Mar, mesmo hotel em que costumava se hospedar com a família dez anos antes, ele dá início a um diário. Com isso, quer praticar a escrita e aperfeiçoar novas estratégias em seu jogo predileto, o Terceiro Reich, que reúne aficionados não apenas na Alemanha, mas mundo afora.
Udo, porém, não consegue se concentrar, seduzido pelo exterior: a agitação dos turistas, a beleza de Frau Else (dona do hotel), as noitadas com o casal de amigos Charly e Hanna, o magnetismo sinistro do Queimado (que aluga pedalinhos para os turistas) e a companhia insistente do Lobo e do Cordeiro (dois espanhóis que vagabundeiam pelos bares).
Acontecimentos inesperados vêm dificultar ainda mais o seu projeto, lançando o jovem alemão em uma tormenta psicológica. Além disso, as investidas no Terceiro Reich, no qual ele joga com as forças nazistas, pouco avançam. Até que Udo descobre um parceiro imprevisto.
Nesta combinação de narrativa policial e thriller psicológico, cada movimento desencadeia novos avanços - e o desfecho, como na História, está perigosamente em aberto. Escrito em 1989, este romance publicado postumamente já apresenta, em ebulição, as características literárias e as obsessões que fariam do autor um fenômeno de crítica e público com obras seminais como Os detetives selvagens e 2666.
“O mais influente e admirado romancista de língua espanhola da sua geração.” - Susan Sontag
“Um dos maiores escritores contemporâneos.” - The New York Times