Em O silêncio dos amantes, as histórias são pontuadas por conflitos familiares, solidão, a busca de um sentido da vida, rancores, incompreensão, mas também magia e amor nos relacionamentos. A incomunicabilidade entre pessoas que se amam resulta em tragédias e vidas assombradas pela culpa, mas também faz com que se abram os olhos para novos caminhos possíveis. “Aqui sim, é a linha que une as narrativas. A incomunicabilidade, o silêncio quando deveríamos falar e a palavra quando deveríamos ter calado: mas a gente não sabia. É parte do drama humano”, explica a autora. Um casal supera as dores do passado e encontra um novo caminho bastante singular; a rotina não permite enxergar o drama de quem está ao nosso lado; a mágoa e a revolta explodem numa libertação violenta; o preconceito em relação ao diferente pode ser mortal; a superficialidade impede de viver um verdadeiro amor; a morte revela o valor da vida: todos somos tocados pelo mistério. “É um livro também cheio de um fluxo poético, muito simbolismo, sempre a busca da beleza e do mistério, mesmo contando historias humanas. Porque é assim que eu vejo a vida”, diz. Com coragem e delicadeza, Lya Luft nos provoca a vermos sob um novo prisma o nosso cotidiano, pressentindo a imprevisibilidade, que o torna mais rico. “Ser humano, com toda a miséria e grandeza que isso significa, não é apenas precisar de amparo e consolo, mas também enxergar, abaixo da superfície e atrás das paredes, novas possibilidades de viver e se relacionar”, diz Lya.