O inconsciente: Onde mora o desejo atualiza um dos mais importantes textos de Sigmund Freud

O inconsciente pode ser considerado o texto mais importante da chamada metapsicologia freudiana, definida pelo psicanalista Daniel Omar Perez como uma “tentativa de formalização que acolhe eventos singulares”, e não como um modelo possível de ser aplicado a experiências de laboratório ou a algo que possa ser comprovado por meio de estatísticas. Essa, talvez, seja a maior beleza e ao mesmo tempo o maior problema da psicanálise, quanto se trata de situá-la no campo do conhecimento: ela procura fazer face ao mal-estar do sujeito sem fechar-se em generalizações, enfrentando de peito aberto o desafio do um a um.

O inconsciente: onde mora o desejo, de Daniel Omar Perez, integra a Coleção Para Ler Freud e fornece uma pré-história do conceito, desvelando o que há de inaugural no texto freudiano de 1915.

Coleção Para Ler Freud, organização de Nina Saroldi.

Em 1939 morria em Londres Sigmund Freud. Hoje, passadas tantas décadas, cabe perguntar por que ler Freud e, principalmente, por que lançar uma coleção com o objetivo de despertar a curiosidade a respeito de sua obra. Chama a atenção que, a despeito de todas as críticas e atualizações, a psicanálise segue presente e que tantas e tantos ainda se dispõem a deitar-se num divã e simplesmente falar, repetir e elaborar um sentido de seu desejo para além de fórmulas prontas.

Cada um dos volumes desta coleção se dedica a apresentar um dos textos de Freud, selecionado segundo o critério de importância no âmbito da obra e, ao mesmo tempo, de seu interesse para a discussão de temas contemporâneos na psicanálise e fora dela. Os autores, não necessariamente psicanalistas, têm grande envolvimento com Freud, para além das orientações institucionais ou políticas que dominam os meios psicanalíticos.

Sendo assim, o que se espera é que o leitor possa encontrar uma leitura prazerosa e esclarecedora, capaz de incentivar os curiosos ainda não iniciados no tema a se aventurar no estudo da obra de Sigmund Freud.