De que maneira entendemos a homossexualidade? Trata-se de um fenômeno natural e harmônico com a divindade, e que necessita somente de esclarecimento e compreensão, ou uma prática abominável, pecaminosa e condenada por Deus? Seria considerada doença, anormalidade, falha da natureza, ou apenas um ato de amor? Essas perguntas que nos dias de hoje ainda ecoam e que geram tanta polêmica, intolerância e incompreensão são tratadas no romance O Grito – Uma história de amor e preconceito. De forma direta, clara e sem rodeios, dentro de uma visão espiritualista, a obra narra a trajetória de vida de Arturo e Fausto, Sara e Anita, dois casais que por caminhos distintos enfrentam, em razão de sua opção sexual, conflitos com a sociedade, suas famílias e com seus próprios medos. Determinada região da Europa é o cenário onde Anita e Sara, primas, naquela época, viviam sob o jugo da maldade e das ações do Bispo Solano, religioso que sob as vestes bispais pregava uma prática monástica e celibatária quando no coração queimavam os desejos da carne e do sexo. Problemática similar vivem Clóvis e Milla, em outro segmento de vida, tentando, na condição de espíritos desencarnados, atingir Rangel, pai de Arturo, e Sotero, professor e protetor de Fausto. A trama, tangenciada por sentimentos de intolerância, preconceito e vingança, igualmente se encontra balizada pelo sentimento de amor, advindo do mundo espiritual, que se perfaz pelo exercício do perdão e da reconciliação. Um romance que prende sua atenção desde o primeiro capítulo, quando cenas do passado e do presente se intercalam criando uma visão de como as situações e vivências acionam o comportamento do ser humano, modificando sua natureza, e como a vida ativa a engrenagem que possibilita ao homem incorporar o seu processo incessante de evolução, independentemente de credo, cor ou orientação sexual.