O sequestro e a morte de uma menina revelam um universo de corrupção, perversão e ganância sem limites.
J. F. Freedman é um dos mais interessantes nomes do romance policial americano. Premiado roteirista de cinema e televisão, ele sabe como construir uma trama e conduzi-la num ritmo de crescente suspense, mantendo o leitor instigado e tenso capítulo após capítulo. Um de seus personagens mais bem-sucedidos é o advogado Luke Garrison, desencantado com a profissão após ter condenado um inocente à morte. Garrison, protagonista do best-seller Acima da Lei, reaparece agora numa trama tensa e assustadoramente atual.
O desaparecimento gira em torno do julgamento de um famoso jornalista, acusado da morte de uma menina de 14 anos, Emma Lancaster. A garota havia sido levada de seu quarto numa madrugada; seu corpo, irreconhecível, fora descoberto num matagal dias depois. Passa-se um ano até que objetos de Emma são encontrados casualmente no carro do promissor e influente Joe Allison, amigo de longa data dos Lancaster. Embora as pistas pareçam conclusivas, Allison jura inocência.
Garrison aceita defendê-lo para não deixar que se repita o erro que ainda o atormenta. Mas Garrison não acredita completamente em seu cliente. À medida que se aprofunda na história, o advogado percebe que está diante do que existe de mais sordido na natureza humana: ambição, traição, perversões. Para exercer seu oficio ele terá de mergulhar nesse lodo e desvendar os segredos da dilacerada personalidade de Emma - vítima trágica de seu próprio poder de sedução.
O ambiente de degradação moral em que vivem Allison e a família Lancaster parece-lhe chocante. Não é difícil perceber o vazio afetivo e ético em que Emma crescera. O réu mente, assim como a família da vítima - e a própria garota morta parece ter levado consigo segredos inconfessáveis. São esses segredos que Luke decide trazer à tona, ainda que isso signifique perder o caso, arruinar sua carreira e arriscar até mesmo a própria vida.