O jovem pintor Charles Corday espera pela forca na Prisão de Newgate, Londres. Seu crime, violentar e matar a condessa de Avebury, enquanto esta posava como modelo. Sua alegação, inocência. O condenado — melhor romance histórico publicado na Inglaterra em 2001 — acompanha as investigações e julgamento do artista, além de fornecer detalhes do cotidiano e idiossincrasias do período regencial inglês. Bernard Cornwell é mestre em reconstruir eras do passado bretão: já abordou a Saga Arturiana na trilogia Crônicas de Artur e a Guerra dos Cem Anos na série A busca do Graal. Ambas sucesso de crítica e público no Brasil, com mais de 100 mil exemplares vendidos.
Em O condenado, Cornwell constrói um thriller de mistério que o consagra como um dos principais escritores históricos da atualidade. Sua descrição dos enforcamentos é impressionante, assim como os detalhes da crueldade nas prisões inglesas pós-Napoleão. Por meio de criteriosa pesquisa histórica e da narrativa envolvente com a qual disseca a vida de seus personagens, o autor acompanha o fim da guerra entre Inglaterra e França. Rider Sandman — um dos heróis de Waterloo — volta para casa e encontra um país corrupto, pobre, repleto de conflitos sociais e onde o cadafalso se tornou sinônimo de justiça.
A decepção de Sandman com a terra natal empalidece quando descobre que o próprio pai se matou, deixando uma fortuna em dívidas de jogo. Sandman — hábil com a espada e exímio jogador de críquete — precisa sustentar mãe e irmã e, além disso, liberar a noiva do compromisso de casamento. Enquanto luta contra várias dificuldades, aceita investigar o assassinato da condessa e as declarações de inocência do pintor. A apenas sete dias do enforcamento e com a pressão para corroborar as acusações, Sandman descobre pontos obscuros na história oficial. Mesmo pedida uma reinvestigação do caso pela própria rainha — o acusado é filho de sua costureira —, Sandman acredita que alguém não quer que a verdade venha à tona.
Numa corrida contra o relógio, Sandman conta com poucos aliados. Sally Hood, modelo vivo de passado comprometedor; lorde Alexander, um fervoroso reverendo e também amante do críquete; e o velho companheiro de batalha, sargento Berrigan. Cornwell faz desse grupo um quarteto inesquecível, que luta contra nobres ricos e cruéis, a fim de salvar a vida de um inocente. O condenado combina detalhes com um enredo de tirar o fôlego e um estilo cujo realismo é por vezes chocante.