Um homem chega aos sessenta anos, confinado em casa e distante das pessoas que ama. Pai tardio, sente que não será capaz de acompanhar as conquistas dos filhos, e pela primeira vez encara a solidão na velhice. O resultado é um livro tocante sobre a experiência do viver. O autor é vencedor dos prêmios Jabuti, Fundação Biblioteca Nacional, APCA e Candango.
Com uma prosa que transita entre momentos de leveza e de perda, de amor e de aflição, Carrascoza retorna aos personagens de Inventário do azul para tratar da história de distanciamento e solidão de um homem que, ao completar sessenta anos, se vê diante da possibilidade do fim.
Se, no livro anterior, o narrador acompanhava os filhos crescerem e lidava com o passado, em O céu implacável a situação se alterou de forma radical. Confinado em casa por conta da pandemia, ele encontra os filhos somente pelas conversas online. Sozinho, ao se deparar com os pequenos objetos que eles deixaram para trás, um chinelo, uma escova de dentes, uma toalha com estampa da Cinderela, uma nova angústia ganha contornos reais: ele está envelhecendo, e o tempo de convivência com os dois se encurta a cada dia.
Lidos separadamente, os livros têm seus próprios arcos narrativos, acompanhando o amadurecimento de uma família dispersa, ainda que intimamente unida. Juntos, os romances mimetizam a própria imprevisibilidade da vida, com suas expectativas que mudam a cada instante.