Neste segundo livro, o autor, com seu estilo característico, ao mesmo tempo leve e preciso, nos conduz por uma viagem no tempo para reviver sua vida em Halab (Aleppo), uma cidade rica em história e cultura. Através de um detalhamento meticuloso da vida social e comunal da época, ele nos apresenta uma sociedade vibrante, cheia de tradições e costumes que foram preservados ao longo de gerações. Este livro é uma continuação de sua narrativa iniciada no primeiro volume, expandindo as histórias e experiências já relatadas e explorando com mais profundidade os aspectos da vida religiosa, social e familiar que definiram sua infância e juventude.

Extraídos do fundo de sua memória, o autor mistura habilidosamente fatos históricos, histórias pessoais, genealogias familiares e a rica tapeçaria religiosa da comunidade de Halab. Ele retrata não apenas os eventos cotidianos, mas também as interações entre os membros da comunidade, os laços familiares e os significados espirituais que permeavam a vida diária. Através de suas palavras, o leitor é transportado para uma época em que as tradições se entrelaçavam com os desafios da vida prática, criando uma atmosfera de preservação cultural e resiliência.

A mensagem que emana do livro é profunda e tocante: ele não apenas narra eventos, mas também nos oferece uma reflexão sobre como a história e as tradições moldam nossas identidades e nosso entendimento do mundo. Através de suas memórias, o autor compartilha com o leitor uma visão única de uma vida vivida com propósito e fé, revelando paisagens humanas e espirituais raramente vistas e que se desvaneceram com o tempo.

O livro também é uma janela para outros tempos, revelando não apenas a riqueza cultural de Halab, mas também a beleza da simplicidade e da profundidade de um modo de vida que, embora distante no tempo, continua a ressoar com valores universais de humanidade e conexão. O autor nos leva, prazerosamente, a conhecer e a valorizar as histórias e paisagens de um passado imortal, que ainda vive nas memórias e na herança daqueles que o experimentaram. Ao fazê-lo, ele nos permite reviver um pedaço da história judaica e universal, com o qual todos podemos nos identificar e aprender.