Responsável por levar Gustave Flaubert aos tribunais sob acusação de imoralidade, Madame Bovary ergueu-se junto de sua protagonista, dando origem a uma geração de personagens em busca de liberdade.
Uma história que começa no "felizes para sempre" pode mesmo ser feliz? Após uma jovem sonhadora se casar com o médico da região, a realidade à sua volta se transforma: o que Emma Bovary encontra no matrimônio, longe das paixões emocionantes dos livros que lê, é uma rotina pacata e até tediosa. Inconformada e sedenta por aventuras românticas idealizadas, Emma começa a adoecer e não vê outra saída senão buscar as emoções que deseja — por métodos que a sociedade conservadora ao seu redor não poderia compreender, muito menos aceitar.
Publicado em 1857 em uma sociedade pouco voltada aos interesses femininos, Madame Bovary surge vanguardista com uma história sem culpados nem inocentes, reforçando o encantamento pelas idas e vindas da experiência humana, o desejo por pessoas, por sensações, pelo espaço urbano e, sobretudo, o desejo de ser desejada. Mais do que romper margens, Emma Bovary pretende ser absorvida.
A edição da Antofágica conta com ilustrações de Maria Flexa, que dão um ar onírico a este clássico, além de nova tradução de Janaína Perotto, apresentação de Vivian Villanova e posfácios de Maria Rita Kehl, psicanalista e autora do livro “Bovarismo brasileiro”, Claudia Amigo Pino, professora de Literatura Francesa na USP, e Norma Telles, doutora em Ciências Sociais pela PUC-SP.
EXTRA: Ao escanear o QR Code da cinta, o leitor tem acesso a duas videoaulas sobre o livro com Claudia Amigo Pino, professora de Literatura Francesa na USP. A primeira aula deve ser assistida antes da leitura, enquanto a segunda complementa a experiência do livro.