Humanidade, suicida, joga -se de um muro e se quebra em partes. Seus pilares, aproveitando as rachaduras, fogem, partem pelo Vasto Deserto, que de tão vasto esconde tantos segredos, tantas almas. E pela imensidão, Vida, a mãe de Humanidade, procura inutilmente pelos principais fragmentos, Religião e Política, porém quem encontra é uma assassina aleatória, por contrato, que vivia no Reino de Rainha Hipocrisia, um dos tantos espalhados pelo mundo, mas sai em lamento e angústia ao ser aposentada, e parte então sem rumo para o que poderia lhe esperar do lado de fora, diferente de sua costumeira rotina e um obstáculo a sua sobrevivência. É ela, Má Sorte, a personagem principal – poesia na melancolia da rebeldia, não tem medo do esmo da solidão, como num programa de televisão, na paixão de não ter razão.E assim, acompanhada por Vida, Má Sorte tenta encontrar um destino, num questionamento eterno para Deus sobre o que é seu mundo, ou o que tem em torno dele. E, sedenta pela utopia, continua sempre, até se deparar com Poesia, Literatura, Bom Luxo, Capitalismo, Monarquia, Liberdade e outros.Má Sorte é uma impressionante alegoria da atualidade, sob a perspectiva de um leigo ao conhecer a sociedade, fruto da imaginação e do talento de uma prodigiosa escritora de apenas 14 anos, com uma linguagem irônica, sagaz e sincera, ainda que poética.