Após cobrir batalhas das forças do Eixo na Segunda Guerra Mundial, Curzio Malaparte publicou Kaputt, que rapidamente se tornou um best-seller internacional. Em um misto de romance e reportagem, ele constrói um retrato incômodo e vívido da insanidade que é a guerra. Esta edição traz prefácio inédito de Lucia Wataghin.
Em junho de 1941, Curzio Malaparte seguiu para a Ucrânia como correspondente de um jornal italiano, transitando entre as tropas germânicas e russas e cobrindo as batalhas das forças do Eixo na Suécia, Polônia, Romênia, Finlândia, Alemanha, a antiga Iugoslávia, Rússia e Ucrânia. Sua jornada por cidades e vilas arrasadas, presenciando a fome, o terror e a degradação da população, deram origem a Kaputt.
O livro logo se tornou um clássico da literatura universal, sendo traduzido para vários idiomas e inspirando filmes e obras de arte. Kaputt impressiona pelas imagens que evoca com histórias que se entranham em nossa memória para nunca mais sair — o cônsul da Itália em Jassy, soterrado pelo peso frio de quase duzentos cadáveres de judeus que iam deportados num trem para a Romênia; ou as crianças napolitanas convencidas pelos pais de que aviadores ingleses sobrevoavam a cidade para atirar-lhes bonecas, cavalinhos de madeira e doces. Através dessas imagens, Malaparte desvela a impiedade e truculência do nazifascismo, a impotência e alienação da elite europeia e o horror vivido pelos mais oprimidos.
“Kaputt é um livro triste, surpreendente, terrível e lírico. Mostra-nos os resultados do fanatismo ideológico, do racismo, dos valores distorcidos mascarados de pureza espiritual e do ódio à vida nos seus aspectos mais íntimos e vergonhosos. É essencial para qualquer compreensão humana da Segunda Guerra Mundial.” — Margaret Atwood
“As histórias grotescamente barrocas de Malaparte não precisam ser verdadeiras, pois retratam com exatidão os horrores e absurdos da guerra.” — The Times
“Parte autobiografia, parte ficção, Kaputt captura uma história aparentemente insondável. Nenhuma obra revelou mais sobre a combinação assassina de zelo e indiferença que caracteriza o fanatismo. Mítico e ao mesmo tempo totalmente humano, Kaputt assombrará o leitor para sempre.” — The Wall Street Journal