Da autora de A Guerra da Papoula e Babel, um thriller ácido e certeiro sobre apropriação cultural, racismo e as mazelas do mercado editorial
As escritoras June Hayward e Athena Liu se formaram em Yale e publicaram seus romances de estreia na mesma época. Tudo indicava que chegariam juntas ao estrelato, mas, pouco depois da graduação, Athena começou a colher louros literários, enquanto June recebeu apenas migalhas de reconhecimento. Afinal, ninguém aguenta mais ler histórias de mulheres brancas — ao menos é o que June pensa.
Quando Athena morre em um estranho incidente, June decide que chegou seu momento de brilhar. Por impulso, ela rouba o manuscrito do novo livro da amiga, uma obra experimental sobre a relevância dos trabalhadores chineses durante a Primeira Guerra Mundial.
O texto é brilhante. E June recebe uma proposta de publicação de sua editora, que sugere um reposicionamento de mercado. E se ela passasse a usar um nome ambíguo, como Juniper Song? June aceita, pois se uma história é boa, precisa ser contada. E as listas de mais vendidos a fazem acreditar que está no caminho certo.
Mas alguém parece saber que a obra-prima de Athena Liu foi roubada, e debates sobre plágio e identidade racial ganham as redes sociais. June então percebe que não poderá escapar desse fantasma para sempre. Do que ela será capaz para proteger o sucesso que acredita merecer?
R.F. Kuang mostra a versatilidade de sua escrita ao construir um retrato satírico de como diversidade, racismo e apropriação cultural são abordados em uma indústria que se considera livre de preconceitos, mas que não escapa das armadilhas e crueldades de um sistema que reproduz discriminações.