Este trabalho é resultado de algumas reflexões sobre nossa prática como fonoaudióloga e de inquietações decorrentes de algumas das atividades do quotidiano da clínica. O livro mostra o desenvolvimento de mais de 30 anos de experiência em fonoaudiologia clínica, atendendo adultos e crianças com dificuldades de fala, leitura e escrita. No início, por não existir um material específico de terapia, criávamos e fazíamos os desenhos das palavras a serem treinadas, o que, além de resultar em um material de treinamento pouco atrativo, tomava um tempo precioso que poderia ser aplicado em outras atividades. Percebíamos, também, a existência de uma carência de propostas que abrangessem simultaneamente a fala, leitura e escrita. Sabemos que existem muitas razões pelas quais ocorrem dificuldades de leitura e escrita, e que muitas estão relacionadas ao sistema da linguagem falada (HOOK; HAYNES – 2009) o que também nos inspirou para o desenvolvimento deste material. Frequentemente, nos deparamos com pacientes que estão expostos à tecnologias sofisticadas e a estímulos que evoluem a cada minuto, tornando-os mais interessados em aparatos tecnológicos e, assim, mais exigentes quanto à apresentação dos desafios. Por esta razão, sentimos a necessidade de trabalhar com elementos mais significativos para o paciente, tornando a intervenção, de certa forma, um pouco mais atraente. Formulamos os exercícios, portanto, levando em conta que os pacientes, apesar de tecnologicamente evoluídos, apresentem dificuldades individuais que, em sua grande maioria, já foram presenciadas, independente da época, região ou país. O propósito deste trabalho é proporcionar um instrumento complementar à terapia do fonoaudiólogo e dos profissionais da área, oferecendo, de uma maneira simples e simultânea, o treinamento no consultório e um auto treinamento (pelo paciente) extra clínica, com exercícios simples, atrativos e objetivos. Para a elaboração deste material apoiamo-nos em observações de situações vivenciadas ao longo destes anos, onde pudemos experimentar abordagens inovadoras em diversos contextos e graus de dificuldades, quanto em pesquisas que demandaram intensas reflexões para a eficiência deste projeto. Fernanda Castelfranchi de Barros