A Educação do Campo, apesar de sua trajetória, ainda é um espaço em disputa. Não é possível identificar, pelo menos por ora, de forma inequívoca, qual a melhor estratégia para sua aplicação. Este livro apresenta ao leitor uma das possibilidades da materialização do projeto de Educação do Campo. Educação do Campo: Trabalho e formação em Alternância revela o potencial emancipatório da Pedagogia da Alternância no âmbito de uma Escola Família Agrícola (EFA), localizada no Gerais Mineiro. Ao eleger a Alternância como tema central, o livro adota o caminho da alternância pelo Gerais; Tempo Escola e Tempo Comunidade ditaram o tempo e o espaço da sua produção. Dessa forma, percorreu-se os caminhos dos alunos e reconheceu-se, nestes tempos, o que os sujeitos envolvidos no processo educativo da Alternância tinham a dizer sobre ela. Neste livro, a Pedagogia da Alternância não se resume aos dois tempos, mas forja-se em dois tempos e vários lugares, que não são independentes, mas amalgamam-se no processo de ensino-aprendizagem, no qual o trabalho é categoria central. Desocultou-se os significados da Alternância para os alunos, famílias e comunidades envolvidas no projeto pedagógico. Percebeu-se que a Escola Família Agrícola não é simplesmente um projeto contra-hegemônico de educação, mas sim um projeto carregado de vida e de esperança das comunidades e dos alternantes. O alternante não é um investimento vivo da família; é um investimento comunitário. Não se espera dele que seja apenas um bom aluno, mas também um agente transformador da realidade de cada comunidade que o envia à escola. Ao final, o leitor poderá perceber que o potencial emancipatório da alternância está na aproximação, no envolvimento dos sujeitos [aluno, escola, comunidade], que contribuem para a formação omnilateral do alternante e municia-o de instrumentos que lhe proporcionam a capacidade de autodeterminação e transformação de sua realidade e da realidade de sua comunidade.