Chega ao Brasil a primeira tradução de um dos melhores livros do escritor argentino Isidoro Blaisten. A obra Dublin ao Sul (selo A Girafa) reúne doze contos, de rara perfeição e interesse permanente. Como o autor, Isidoro Blaisten, diz em seu prólogo, “haverá sempre suicidas convictos, desamparados que perambulam pelos lugares da estupidez e da vaidade humanas, desesperados que buscam a salvação e tentam comprá-la nas casas especializadas, [...] casamentos endinheirados cujo motivo de existência é a competição com outro casamento endinheirado, escravos das modas literárias consumidos na perplexidade e no desassossego, seres oblíquos para os quais a vida é tangencial, [...] tios que devem ser assassinados, [...] e alguém que sonha com um castelo na Irlanda”.O humor inconfundível de Blaisten, sua ironia inteligente e brilhante inventividade verbal fazem de Dublin ao Sul um livro indispensável da literatura argentina contemporânea.
“Os contos de Isidoro Blaisten são verdadeiras armadilhas nas quais o leitor deve abdicar ‘sua razão’ diante das justificativas lógicas dos comportamentos mais incongruentes. Todos esses heróis de arrabalde são ameaçados pelas coisas, por seus próprios sonhos, e Dublin ao Sul nos mostra que a realidade, afinal de contas, não passa de um princípio, e bem precário.”, por Libération, Paris.
“Blaisten pertence a essa estirpe de contistas do absurdo que, entre duas gargalhadas ou dois calafrios, nos fazem compreender todos os matizes do espectro da vida. É rara, na leitura, a experiência dessa felicidade... uma extraordinária lição de literatura.”, por Lê Nouvel Observateur, Paris
“Blaisten possui, sem dúvida alguma, as duas condições mais importantes de todo narrador nato: tem o que dizer e sabe como dizê-lo. Isto quer dizer que fundo e forma se unem nele natural e espontaneamente, para se concretizar em contos de perfis muito
originais, a serviço dos quais coloca seu ofício inquestionável, mas com a necessária fluidez (e este é outro mérito) para que este ofício mal se perceba conscientemente.”, por César Magrini, escritor e crítico de arte.