Médica, jovem, bela e sensual, com especialização em sexologia, casada com um geólogo recrutado para trabalhar em uma mina de manganês, a doutora Desirée dos Prazeres é levada pelo destino a trocar a Cidade da Bahia pela imaginária Todavia, uma cidadezinha do Recôncavo baiano.
E se vê em um mundo completamente diverso do seu: nas gentes, nos modos, nos costumes e até, e principalmente, na forma de encarar — e praticar — o sexo, tanto na proa da perpetuação da espécie, quanto na lúdica e criativa busca do melhor prazer, debaixo dos lençóis ou em cima deles.
Aí Desirée se transforma. E o seu marido, o engenheiro Hélio, também. Ela, com as lições de sexo, teóricas e práticas, que recebe de seus clientes no dia a dia do consultório, tendo sempre como fiel consultora a trepidante Olinda Helena, aplicada atendente, experiente e rodada nas mais inusitadas artes e manhas das trampolinagens de homem e mulher — ou não! — no escurinho das alcovas.
Ele, na nova e prosaica vida de província, fica amigo de um inglês e adere às farras e esbórnias, verdadeiros bacanais orgiásticos, dignos de Sodoma e Gomorra, que o dito Inglês promove em sua casa, sempre com a presença dos maiorais de Todavia. E ambos, Desirée e Hélio, se redescobrem e se reinventam.
E a trama culmina em final surpreendente, inesperado, tudo com o tempero apimentado do falar e viver baianos, marca registrada de Fernando Vita e do seu estilo único de narrativa, fazendo de Desirée, a sexóloga que não sabia amar um romance de entretenimento inédito no que conta; inovador na forma; ousado e abusado em trazer a lume o que já promete no subtítulo: uma hilariante história de rufiões, garanhões, putanheiros, sacanas e mentirosos de modo geral.