Novo
romance de finalista do Pulitzer narra quatro versões da mesma história: em
qual delas você vai acreditar?
Mesmo em meio ao caos e à efervescência dos loucos anos 1920, não
há em Nova York quem não tenha ouvido falar do casal Benjamin e Helen Rask.
Envoltos em uma aura de mistério e reverência, o lendário magnata de Wall
Street e a herdeira de uma excêntrica linhagem aristocrática chegaram, juntos,
ao topo de um mundo onde a riqueza parece não ter fim. A velocidade com que
cada número registrado pelo teletipo é lido, interpretado e convertido em lucro
por Benjamin parece absurda, irreal. A montanha de capital acumulado e o
talento com que ele a ergueu, no entanto, causam inquietação na sociedade e
muitas especulações sobre a capacidade de Rask prever cada próximo passo do
mercado de ações.
É nesse contexto que o casal Rask protagoniza um romance que
supostamente disseca as verdades por trás do magnata, seu império e suas
relações pessoais — e que, além disso, causa um grande escândalo no coração
financeiro dos Estados Unidos. Mas, ao longo das décadas, outras versões dessa
história vêm à tona: um manuscrito, memórias de uma pessoa ligada ao casal e um
diário perdido. Tudo que até então parecia consolidado como fato é questionado.
Afinal, se a verdade sempre resulta da soma das faces de uma pirâmide, Confiança
é a prova de que mesmo a mais sólida e monumental delas é frágil em um solo de
areia. Entre tantas versões e pontos de vista, em qual acreditar?
Caleidoscópico, o novo romance do finalista do Pulitzer Hernan
Diaz é um tour de forceque se desenrola ao longo de um século, um
confronto contundente com os enganos que muitas vezes se escondem no âmago dos
pactos pessoais e financeiros. Suas quatro vozes ora ampliam, ora recusam os
limites entre fato e ficção, ilustrando a facilidade com que o poder é capaz de
a tudo manipular.