Na década de 1980, na tentativa de vencer o próprio sofrimento, fruto de um casamento conturbado, Melody Beattie resolveu escrever um livro sobre codependência. Cinco anos se passaram e, com o casamento já acabado, ela, finalmente, colocou a ideia em prática. Começava a nascer o livro Codependência nunca mais.

Sem ser especialista no assunto, contando apenas com sua experiência pessoal, ela decidiu que o livro deveria ser informativo e acolhedor. Afinal, era disso que a autora precisava, cinco anos antes, e era disso que todos que sofrem da codependência precisam sempre: carinho e informação.

Na obra, Melody retrada a Codependência como uma condição emocional ou padrão de comportamento disfuncional que usualmente se desenvolve como resultado da exposição de um indivíduo a continuadas situações de opressão. Tendo como consequência a dificuldade na expressão de sentimentos, incapacidade de discussão direta de problemas e a impossibilidade de construir relações saudáveis.

Sofrer com a codependência pode ser algo mais comum do que a maioria imagina. O “cuidar do outro” de forma excessiva demonstra um sintoma clássico. Pois representa uma transferência de foco do indivíduo que não consegue lidar com as próprias limitações e emoções. 

Muitos criticaram a proposta da autora em se lançar num campo o qual não conhecia. Mas a verdade é que se a dependência era um tema batido já naquela época, a codependência era quase um neologismo, ou seja, um campo desconhecido para todos.

Não à toa, Melody Beattie é considerada hoje umas das primeiras especialistas a tratar do assunto que ela desbravou da melhor maneira possível, com vivência e amor. Este é o grande trunfo de Codependência nunca mais: um livro pessoal e instrutivo.