O livro Cartas foi impresso pela editora Record e não pode faltar na sua coleção.
As correspondências de Graciliano Ramos aqui reunidas apresentam uma perspectiva íntima de sua vida e obra.
Tendo sido viável graças à colaboração de pessoas que conviveram com o escritor, principalmente sua viúva Heloísa Ramos, Cartas reúne as correspondências íntimas de Graciliano Ramos, um dos maiores romancistas da literatura brasileira.
A organização é por ordem cronológica, desde 1910, quando Graciliano morou em Palmeira dos Índios, no agreste de Alagoas, passando por sua ida ao Rio de Janeiro em 1914, para tentar a sorte na imprensa carioca, e seu regresso à cidade da infância devido à morte de três irmãos e um sobrinho, vítimas de uma epidemia de peste bubônica. Acompanhamos ainda seu afastamento e lento retorno à literatura após a morte da primeira esposa, em 1920, decorrente de complicações no parto; e o reencontro do amor ao se apaixonar por Heloísa Medeiros, com quem se casou em 1928. Nesse mesmo período, Graciliano foi eleito e empossado prefeito de Palmeira dos Índios, cargo em que ficou por dois anos. Os bilhetes que enviou da prisão, durante o Estado Novo, em 1936, dão conta do período em que foi detido sob alegação de ser comunista. E as cartas do período seguinte terminam com os relatos de sua viagem à Tchecoslováquia e à União Soviética, em 1952.
Ao acompanhar os relatos íntimos de Graciliano Ramos a amigos e familiares, revelando suas relações com o cotidiano e com as pessoas com quem conviveu mais de perto, temos uma espécie de narrativa autobiográfica e muitas vezes confessional dos acontecimentos cruciais de sua vida. O que faz de Cartas, para além de leitura deliciosa, uma fonte documental direta importantíssima para a compreensão sobre a vida e a obra deste grande escritor.