O grupo envolvido no projeto “Por uma Teoria da Poesia Moderna e Contemporânea”, no seu quarto e último ano de trabalho, reuniu seus principais pesquisadores em dois seminários de pesquisa em 2015. Um dos pontos cruciais desses seminários foi o curso oferecido pelo professor Raúl Antelo, consultor do grupo, intitulado “A poesia não pensa(ainda)”. Participaram ativamente com reflexões sobre o estado da poesia contemporânea e moderna Marcos Siscar, Alberto Pucheu, Eduardo Sterzi, Maria Lucia de Barros Camargo, Luciana di Leone, Jorge H. Wolff e Susana Scramim.
Nesses colóquios apareceu uma marca, um sinal intermitente, que revelou certa visibilidade na formação do grupo, ou melhor, de certa forma de ação e também de formalização daquilo que é difícil de realizar quando se trabalha coletivamente. Os textos dão mostras da reflexão sobre os problemas propostos nos começos do projeto, ou seja, a hesitação entre forma e informe, entre rasura e escrita, entre imagem e experiência, entre o sujeito autossustentável e o sujeito comunitário, nos deslocamentos entre paisagem e modos de enunciação, entre espaço e tempo, entre o efêmero e sobrevivência, entre a arte e sua outra metade: o duplo estado da poesia.
A aposta deste livro, Alteridades na poesia: riscos, aberturas, sobrevivências, é mostrar o modo pelo qual o pensamento imaginativo pode oferecer-nos outra compreensão do texto poético, potencializando, dessa maneira, a força interventiva da poesia, através das corporificações que opera do visível no presente.