O livro A mulher (in)visível: vida, trabalho, caminhos e escolhas é fruto de um estudo com 42 mulheres gerentes e que explora aspectos relacionados à mulher no âmbito do trabalho por meio da voz ativa dessa mulher que descreve, explica e atribui sentido ao mundo em que vive e a ela própria, considerando o contexto histórico e social. Aborda questões que se apresentam à sociedade contemporânea, referentes à saturação social e à fragilidade da identidade; a história da mulher no contexto social e de trabalho, desde o início da industrialização e, principalmente, após meados do século XX; e os aportes do movimento feminista, que provocaram profundas transformações na vida da mulher e nos arranjos sociais, após a década de 1970. O estudo revelou a ideia do desaparecimento simbólico da mulher, que envolve a fragmentação e fragilização de sua identidade. Esse desaparecimento acontece na esfera da casa, na medida em que a mulher adentra a esfera do trabalho, e na organização, na posição da gerência intermediária. Como saída a esse desaparecimento, a mulher estabelece limites à sua trajetória profissional, buscando movimentações laterais e, mesmo, carreiras alternativas, ao invés de crescer na hierarquia, evitando, assim, ainda mais comprometimento de seu escasso tempo. A pesquisa, então, trouxe outra perspectiva para se compreender o fenômeno do teto de vidro nas organizações no que tange às barreiras enfrentadas pelas mulheres no mundo do trabalho. O livro está estruturado para atender a um perfil diverso de leitores. Aqueles que têm interesse pela temática de forma ampla terão a oportunidade de conhecer a pesquisa e seus achados. Para os leitores que também têm interesse acadêmico, encontrarão aqui uma vasta revisão de bibliografia no tema, incluindo diferentes abordagens teóricas nos estudos sobre mulheres, bem como aspectos do construcionismo social, que foi a perspectiva teórica utilizada. Trata-se de uma obra que revela o longo caminho percorrido pelas mulheres na busca da ocupação de espaços, nos quais antes somente existiam homens. As mudanças são lentas, e, portanto, a discussão continua necessária e atual.