A obra narra a história de um menino e uma menina, seu amadurecimento, desejos e busca pela liberdade, bem como o despertar para o amor na vida de ambos, que vivem em locais distantes e ainda nem sonham que um dia irão se conhecer e tornar-se personagens importantes da História do Brasil. Em linguagem poética e mediante o recurso da intertextualidade com cantigas de roda, descreve as características regionais da zona rural do sertão nordestino, a infância em contato com a natureza, a cultura, o artesanato. Nas entrelinhas, o leitor poderá identificar algumas sutis informações acerca do cangaço – movimento que, no final do século XIX, lutou contra a miséria e a opressão dos coronéis no Nordeste. Ao final, as autoras apresentam uma breve biografia de Virgulino e Maria de Déa, mais conhecidos como Lampião e Maria Bonita, e um glossário com termos regionais. As fontes de pesquisa foram as viagens de Lenice e Claudia pelos caminhos dos personagens entre Alagoas, Pernambuco e Sergipe, assim como as visitas ao Museu do Sertão (em Piranhas, AL); ao Museu do Cangaço (em Serra Talhada, PE); e ao Museu de Arqueologia de Xingó (em Canindé do São Francisco, SE). As ilustrações em aquarela remetem à arte Naïf e mostram detalhes da natureza e do artesanato do sertão, em total consonância com o texto.