O choro era alto e estridente, fazendo com que todos os pelos de seu corpo se eriçassem, e seu cérebro tivesse vontade de irromper em milhares de caquinhos, fundindo-se à estranheza daquele cenário. Vanessa caminhou, querendo encontrar a fonte de tamanha lamúria e tamanho sofrimento. Não poderia ser uma criança em prantos. No mínimo, tratava-se de milhares delas. Ou até algum tipo de animal em bando, emitindo aquele som agonizante. Mas não era para ser daquela forma.
Os sonhos, quando são realmente sonhos, devem ser felizes, certo? Se o terror continuasse a tomar conta de seu ser, a jovem poderia acreditar que aquilo, na verdade, não passava de um pesadelo. Contudo, olhando ao redor, parecia impossível.
Contrastando com a dura realidade na qual vivia enquanto acordada, o mundo de seu sonho era uma terra sem máquinas e robôs. Tudo ali era natureza e, não o som desesperador do choro, a visão seria pura calmaria. Ventos suaves, brisas mornas, e um coração a pulsar num ritmo lento e prazeroso, sabendo que logo encontraria seu par. Logo encontraria o único outro coração que batia no mesmo ritmo do seu.