Cansados das explorações dos seres humanos, os animais decidem fazer uma rebelião e expulsam os donos da fazenda onde vivem. Agora, cavalos, ovelhas, porcos e outros bichos precisam se organizar para juntos pensarem no bem-estar de todos, evitando a tirania de antes. Porém, em meio a discussões, os interesses individuais logo se sobrepõem aos coletivos, e uma nova hierarquia começa a se desenhar. A rebelião vai caindo em contradições, os ideais vão se corroendo... Será que uma nova tirania irá surgir do meio de tudo isso?
Esse é o ponto de discussão da fábula criada por George Orwell, um dos mais importantes escritores modernos. Satírica e universal, a narrativa foi escrita no contexto histórico da Segunda Guerra e publicada em 1945, sendo que uma das suas possíveis interpretações é que ela é uma crítica aos regimes que surgiam na época. Nela, o autor empreende sua luta, a partir de sua arte, contra a desigualdade e a opressão. Porém os anos mostraram que a interpretação da obra não ficou restrita ao seu contexto de surgimento, já que ela é universal por abordar questões essencialmente humanas, mesmo a narrativa tendo quase só personagens animais. Orwell quis fazer um livro de fácil compreensão (por isso optou pela fábula) e que fosse fácil de ser traduzido, para que as suas reflexões chegassem a um número grande de leitores.
Ajudando nesse propósito de difundir ideias, a Livros da Raposa Vermelha traz uma nova edição de A Fazenda dos Animais. Com tradução de Rafael Mantovani, profissional com mais de 50 livros já traduzidos, a nova publicação traz também uma visualidade para a história a partir dos traços premiados e provocativos do quadrinista argentino Enrique Breccia, visão que se complementa com a de Orwell. Com zelo e primor editorial, é uma relevante opção para o mercado editorial brasileiro.
Assim, os leitores têm em mãos uma indispensável obra da literatura universal, acessível e ao mesmo tempo capaz de emocionar e fazer pensar.