María Negroni, a premiada escritora argentina, apresenta um “mapa” de sua inspiração literária em “A arte do erro”, uma coletânea de ensaios em que compartilha seu olhar sobre escritores, poetas e artistas. O livro oferece ao público brasileiro um guia de leitura que passa por Arthur Rimbaud, Emily Dickinson e Walter Benjamin, além de trazer à luz, com o devido relevo, nomes da literatura argentina como Xul Solar, H. A. Murena e Juan Gelman.
“A escrita busca sempre o mesmo: rebelar-se contra o automatismo e as petrificações do discurso, que cancelam o direito à dúvida, limitando às criaturas o acesso à sua própria inadequação”, define a escritora argentina María Negroni na apresentação da coletânea.
Para além da escrita, Negroni também retrata artistas que se dedicaram às artes visuais. Aborda o papel das gravuras que acompanham os textos do polonês Bruno Schulz, o trabalho da fotógrafa inglesa Julia Margaret Cameron e o filme “Afinador de piano de terremotos” (2005) – longa metragem dos irmãos Stephen e Timothy Quay. Steven Millhauser, Yves Bonnefoy, Robert Walser, Étienne-Gaspard Robert, Juan Carlos Bustriazo Ortiz e Edward Gorey também recebem o olhar da autora nesta coletânea que traz, ainda, uma reflexão sobre a arte da tradução, ofício que rendeu a María Negroni o prêmio de melhor livro de poesia traduzido do ano pelo PEN American Center (Nova York, 2002) por sua versão em inglês de “Islandia” (Station Hill Press, 2001).
Tradução: Ayelén Medail e Diogo Cardoso
Ilustração: Alex Januário