Romance que aborda amor e amizade narrado do ponto de vista de negros escravizados. A história se passa em uma região não especificada no sul dos Estados Unidos, por volta dos anos 1850, na fazenda Placid Hall. Nela, os escravizados — ou “Sequestrados”, como se autodenominam — são submetidos aos caprichos de um tirânico e excêntrico captor e nunca sabem o que pode lhes ocorrer além do trabalho físico desumano de todos os dias: um castigo brutal ou a venda inesperada de um ente querido. Porém, o que mais fere William, Cato, Margaret, Pandora e o Pequeno Zander é a falsa crença de que são incapazes de amar. Ainda que tenham aprendido o idioma e a doutrina religiosa de seus captores — chamados por eles de “Ladrões” —, possuem linguagem e rituais próprios e desejam, a todo instante, estar “em algum lugar lá fora”, uma realidade distinta daquela em que vivem. Até que o pastor Ramson, homem negro liberto com um passado misterioso, começa a incutir neles ideias de liberdade. Jabari Asim, em um monumental trabalho de pesquisa e imaginação, nos faz refletir sobre o vergonhoso legado deixado pelos países escravistas do continente americano a partir de uma narrativa poderosa e comovente. MOTIVOS PARA LER ESTE LIVRO 1. Narrado do ponto de vista de negros escravizados, o romance discorre sobre amor e amizade. 2. Ocupou as principais listas de melhores livros dos Estados Unidos em 2022, como as do New York Times, da National Public Radio (NPR), do Washington Post e da Kirkus Reviews (categoria Ficção Histórica). 3. Escritor até então inédito no Brasil, Jabari Asim, em um monumental trabalho de pesquisa e imaginação, nos faz refletir sobre o vergonhoso legado deixado pelos países escravistas do continente americano a partir de uma narrativa poderosa e comovente. 4. Asim cria perfis completos para cada um dos personagens, tornando-os únicos, e desenvolve para eles uma linguagem exclusiva, existente apenas entre pessoas que fazem parte de um grupo oprimido, cujos opressores as submetem sempre a uma vigilância rigorosa. 5. O autor lança mão de terríveis detalhes da experiência de escravidão, mas acrescenta complexidade a eles, incentivando os leitores a se comprometerem com uma compreensão mais profunda do impacto de ser uma pessoa mantida em cativeiro. 6. Também explora as acrobacias emocionais, psicológicas e espirituais pelas quais os escravizados precisam passar para transcender as muitas camadas da subjugação. 7. Foi o livro de novembro de 2023 para os assinantes do Clube TAG Curadoria. ELOGIO “Em algum lugar lá fora é um livro que me tomou. O primeiro impacto se dá por aquilo que vou chamar de vocabulário contracolonial. Não há escravizados, mas sequestrados. Não há senhores, mas ladrões. Esse uso contracolonial da linguagem na literatura abre aos leitores novas formas de compreender não apenas as engrenagens da máquina colonial, mas principalmente suas feridas que persistem nas relações sociais, culturais, políticas e afetivas do mundo de hoje.” — Micheliny Verunschk