(...) Não importa se com cinco, dez ou quinze sílabas, o verso sobe a escada do soneto, mas é preciso que acenda as luzes das rimas quem sobe ao infinito. Gostei que um publicitário, jovem e moderno, buscasse o lápis bem comportado. Jayme é um cavalheiro de muitas elegâncias, jornalista, editor e companheiro. Professa, contudo, uma sintaxe sem concessões banais. Chuta em gol com bolas de pelica. Sabe que só a leveza do espírito permite a pedagogia do soneto, porque o soneto é o único formato poético sem arestas. O resto, como dizia Simone Weil da Ilíada, é a poesia da violência. Já o soneto é a violência da ternura. A maioria dos sonetos da literatura universal é principalmente o soneto de amor. Ao escrever cem sonetos, Jayme percorre outros sentimentos, de cem matizes. (...) O amplo, em Jayme Serva, é percorrer-se do amor à política. Impossível, depois do iluminismo, petrificar-se no túmulo de Petrarca. Nos belos sonetos dos Cem Sonetos, o Jayme consegue um rigor formal difícil de se exercer após a desordem formal consagrada pelo modernismo. Jayme insiste na simetria, no decassílabo e em rimas escaladas por um treinador ortodoxo. Um belo livro que nos ensina a reescrever, da mesma forma que, paradoxalmente, os concretistas nos ensinaram a escrever de novo. - Jorge da Cunha Lima
ISBN-10: 8592875382ISBN-13: 9788592875381Páginas: 113idioma: PORTUGUÊSEdição: 2a EDIÇÃO - 2018Data edição: 2020-11-03 00:00:00Autor: SERVA, JAYME