Por meio desta pesquisa foi possível apresentar as bases científicas utilizadas na elaboração da Carta Encíclica Laudato Si’ e adicionalmente compreender seu caráter inovador, não apenas pelo seu conteúdo, mas também por todos os aspectos que envolveram sua preparação e divulgação. Ficou evidente também, e que era nossa hipótese inicial, a real possibilidade de diálogo entre religião e ciência, entre a fé e a razão, demonstrando que há condições de cooperação entre ambas, sobretudo em temas estreitamente relacionados à existência do ser humano e sua qualidade de vida. Esses resultados foram produzidos por meio de pesquisas, análises e comparações dos discursos da Igreja Católica e da Organização das Nações Unidas (ONU); da avaliação da preexistência de preocupações relacionadas ao conteúdo da Carta Encíclica Laudato Si’ por parte do Cardeal Jorge Mario Bergoglio; da apresentação e compreensão da Carta Encíclica Laudato Si’, além da análise de uma importante quantidade das primeiras reações após a sua publicação; da pesquisa de avaliação das fontes e referências científicas da Carta Encíclica Laudato Si’ disponíveis em textos representativos; e da pesquisa sobre os temas tratados na Carta por especialistas e acadêmicos, com vista no estabelecimento de uma avaliação crítica do documento. Foi possível compreender também que o discurso da Igreja Católica está muito em sintonia com o preconizado pela ONU e são complementares, mesmo que por vezes os caminhos percorridos sejam aparentemente diferentes, apesar da diferença de tempo de resposta às questões ambientais e das características mais reativas que proativas da ONU e da Igreja. Ficou evidente que a Laudato Si’ não foi um acidente de percurso por parte da Igreja e pelo Papa Francisco, merecendo destaque para a Conferência Episcopal Latino-Americana de Aparecida e seu documento final, pois demonstrou que a Laudato Si’ estava em gestação, arriscando dizer, inclusive, que o papado de Francisco começou nessa ocasião.