Bordado da Ópera de Pequim
Durante a Dinastia Tang (618?907), o Imperador Taizong fundou uma escola de ópera chamada Liyuan (Jardim das Peras). A ópera chinesa atingiu seu auge sob a corte Qing (1644?1911), dando origem ao que é conhecido como Ópera de Pequim. Reproduzido aqui está um pedaço de saia de ópera lindamente bordada daquela época. Quando se pensa em ópera, a mente geralmente vai para a Itália, o berço de produções famosas como La Bohème, Rigoletto, Tosca e O Barbeiro de Sevilha. Mas uma das versões mais antigas dessa tradição de arte dramática é, na verdade, a ópera chinesa, que traça suas raízes aos primeiros períodos da China antiga.

A ópera chinesa começou com artistas de teatro contando histórias folclóricas simplistas, mas na época da Dinastia Tang (618?907) ela havia alcançado tais alturas culturais que o Imperador Taizong estabeleceu uma escola oficial de ópera. A academia era conhecida pelo nome poético Liyuan (Jardim de Peras), e daquele ponto em diante os artistas de ópera chinesa eram chamados de ?discípulos do jardim de peras?.

Os séculos XVIII e XIX testemunharam o auge do drama chinês. Sob o patrocínio da corte Qing (1644?1911), apresentações operísticas lotaram a ?Cidade Proibida?, dando origem ao que é conhecido como Ópera de Pequim (ou Beijing). A forma era mais notável por seu uso contido de adereços e cenários, que serviam para destacar os gestos, movimentos, maquiagem e figurinos exagerados dos atores.

Nos primeiros dias da Ópera de Pequim, todos os papéis eram interpretados por homens, até mesmo os personagens femininos (conhecidos como papéis ?Dan?). Os figurinos eram usados ??para refletir a identidade e a personalidade dos personagens e eram frequentemente usados ??como substitutos de adereços. É uma peça de saia de ópera masculina lindamente bordada que reproduzimos para esta capa.

A Ópera de Pequim continua sendo o tipo mais conhecido de ópera chinesa, pois representa uma mistura de vários estilos regionais. Ela passou a ser conhecida como o teatro nacional da China no século XX, antes de experimentar um declínio acentuado após a Rebelião dos Boxers na virada do século. A Rebelião viu os grandes teatros da capital queimados até o chão, e a ópera, que tinha sido a principal forma de entretenimento para moradores urbanos e rurais, ficou em segundo plano durante os anos seguintes de agitação política e cultural.

No século XXI, havia apenas 162 formas identificáveis ??de ópera chinesa restantes na lista de patrimônio cultural imaterial do país, abaixo das mais de 350 em 1957. É a geração mais velha que continua a manter essa tradição, ouvindo gravações de ópera quando apresentações ao vivo não estão disponíveis. Ao reproduzir esta delicada e colorida peça de traje de ópera, esperamos compartilhar um pedaço da rica história da Ópera de Pequim e ajudar a contar o papel que compositores e intérpretes chineses desempenharam no desenvolvimento da ópera como a conhecemos hoje.